Era mais um dia de trabalho para o jovem morador da rua 16, casa 20, bairro Coveima, periferia de Vitória da Conquista. Como de costume, ajudava sua mãe na tarefa de recolher sobras de madeira em um terreno que está sendo desmatado, às margens da BR 116. Não imaginava que, por volta das 10 da manhã de sábado, 09/08, ao atravessar a movimentada Rio Bahia, em frente ao posto Novo Paraíso, zona urbana de cidade seria despertado de seus pensamentos por uma estridente buzina.
O jovem olhou para um dos lados e, impedido de mirar no sentido contrário por culpa do feixe de lenha que carregava às costas, foi colhido pelas dezenas de toneladas de um ônibus da empresa Salutaris, que ia no sentido Salvador São Paulo. Não se sabe quais foram seus últimos pensamentos.
Chocados pelo baque seco na estrutura de alumínio do veículo, motorista e passageiros se horrorizaram pela cena que se apresentava no asfalto quente: no chão o adolescente Maciel Reis, 13 anos de idade, ainda conservava o calor da sua juventude em flor. O feixe de lenha ficou atrás, mas o CD que levava sob a roupa estava empapado de sangue e de massa encefálica que se esparramou sob o pavimento da estrada.
Quando as primeiras autoridades policias chegaram, encontraram a mãe em choque. Passageiros e curiosos faziam volta junto ao jovem cadáver. O motorista, Lúcio Roberto Souza Lima, nada pôde fazer para evitar a tragédia e, ainda sob efeito da forte emoção, prestou os primeiros esclarecimentos para a Polícia Rodoviária Federal.
A pista foi interrompida e um desvio foi improvisado. Quarenta minutos depois uma equipe de reportagem da TV Sudoeste colhia informações e entrevistava testemunhas. Logo após chegou o pessoal do IML. A perícia foi executada, sem maiores trabalhos para os encarregados de recolher o corpo. Os populares foram afastados e minutos depois alguns formulários foram preenchidos. O fluxo da pista foi restabelecido. Curiosos foram embora e a manhã ensolarada de sábado retornou ao seu esplendor.
Conquista, agosto de 2008.
Alberto Oliveira
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