O piloto acelerou o motor Wolkswagen 2.2, inteiramente modificado para aquela modalidae esportiva, de forma que a hélice causou um forte deslocamento de ar, dando velocidade ao aparelho. Poucos metros percorridos e, em uma guinada, as enormes asas divorciaram-se do chão. Olhares curiosos apontaram para o céu a observar, homem e máquina, fundidos num só, a cavalgar no vento.
Conquistense de nascença, mas vivendo há muito tempo em São Paulo, Manuel Carlos é um aficionado por máquinas voadoras. Profissional do ramo publicitário, ele relatou que tem planejado essas férias há dois anos. Veio a Vitória da Conquista visitar os irmãos e, como carrega sua máquina voadora a reboque, quis ver a cidade de cima.
5 minutos após decolar Manuel pousou, há poucos metros de onde tinha partido. Voou só. Era necessário checar as condições de vento e o mais prudente era ir com o trike mais leve. Como nenhum dos parentes que o acompanhavam tinha coragem de experimentar um vôo, perguntei se ele me levaria, para fazer umas fotos aéres da cidade. Resposta positiva. Iria na próxima decolagem, pois naquela iria um rapaz, amigo do piloto.
Ventava. Mais adiante, além da Santa Marta, o horizonte estava escuro. Torci para que o tempo não piorasse. O aparelho decolou, em uma subida mais assustadora que a primeira. Adiante, perto do viaduto que cruza o anel viário, o trike fez uma nova escalada, em um ângulo acentuado e sacudiu bruscamente, pareceu um pipa com pouco rabo, em dia de ventania. Cheguei a reconsiderar minha aventura aérea...
As fotos aéreas ficam para a próxima oportunidade.
Observação: No dia seguinte, Manoel foi visitar uns parentes na cidade de Tanhaçu, distante 120 km de Vitória da Conquista. No trajeto, perto da localidade de Sussuarana, devido às fortes correntes de vento, Manoel Carlos caiu com sua máquina voadora, vindo a falecer.
Alberto Oliveira
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